O arroz é um dos cereais mais consumidos no mundo e, muitas vezes, acaba por chegar também ao prato dos bebés — seja em forma de papas, bolachas ou como acompanhamento das primeiras refeições sólidas. Mas existe um pormenor importante que nem todos conhecem: o arroz pode acumular arsénio inorgânico, uma substância natural do solo e da água que, em excesso, está associada a riscos para a saúde.
👉 E porque é que isto é tão relevante para os bebés?
Durante os primeiros anos de vida, o organismo é mais vulnerável e sensível a contaminantes. Como o arroz aparece em muitos produtos infantis (papas, bolachas, snacks), existe o risco de um consumo excessivo e repetido de arsénio, sem que os pais se apercebam.
O lado seguro do arroz
A boa notícia é que não precisamos de banir o arroz. Ele pode continuar a ser uma fonte energética importante, desde que seja consumido com moderação e preparado da forma correta.
✔️ Prefere arroz branco ao integral
O arsénio acumula-se nas camadas externas do grão, que permanecem no arroz integral. No branco, essas camadas são removidas — logo, a quantidade de arsénio é menor.
✔️ Lava bem o arroz antes de cozinhar
Passar o arroz por várias águas até ficarem transparentes pode reduzir até 50% do arsénio presente.
✔️ Cozinha em excesso de água
Cozinhar o arroz com bastante água e escorrer no final é outro truque que ajuda a diminuir a presença de arsénio.
🚫 Onde ter mais atenção
🔸 Papas e snacks de arroz — devem ser consumidos com moderação. O problema não é o alimento em si, mas o consumo diário e repetitivo.
💡 Dica: nas papas mistas, confirma sempre a lista de ingredientes. Se o arroz aparece no fim, significa que está em menor quantidade.
🔸 Bebida de arroz — não deve ser oferecida a bebés nem a crianças com menos de 5 anos.
➡️ A concentração de arsénio é demasiado elevada e não compensa o risco. Há alternativas mais seguras e nutritivas, como bebidas de aveia ou amêndoa (introduzidas apenas após avaliação de alergias e de forma gradual).
Variedade: a melhor estratégia
Nenhum alimento deve ocupar sempre o mesmo lugar no prato. Alternar é fundamental para reduzir riscos e, ao mesmo tempo, enriquecer a alimentação do bebé:
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Cereais como quinoa, millet, trigo-sarraceno
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Tubérculos como batata-doce, inhame ou mandioca
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Aveia ou massa em versões simples e adaptadas
Em resumo:
O arroz não precisa de sair do prato, mas deve entrar com consciência:
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Variado,
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Bem lavado,
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Bem preparado,
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Nunca em excesso.
Porque cada colher que ofereces é mais do que energia — é saúde, crescimento e desenvolvimento.